Arena Live | António Zambujo

17 Novembro 2014 M18

Cresceu a ouvir o cante alentejano. A harmonia das vozes, a cadência das frases e o tempo de cada andamento foram sempre uma influência.

Nascido em Beja, em 1975, António Zambujo começou a estudar clarinete com 8 anos, estreando-se no Conservatório Regional do Baixo Alentejo. Ainda pequeno, apaixonou-se pelo Fado e pelas vozes de Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, João Ferreira Rosa, Max entre muitos outros. Com o curso de clarinete na bagagem, ruma a Lisboa, onde Mário Pacheco, intérprete e compositor de guitarra portuguesa lhe abre a porta do conhecido Clube do Fado, no bairro de Alfama, onde passou a tocar.

Em 2002 edita o seu primeiro trabalho “O Mesmo Fado”, onde as influências musicais do Alentejo são marcantes, que recebe o prémio de “Melhor Nova Voz do Fado”, já atribuído pela Rádio Nova FM a intérpretes como Mariza, Camané ou Mafalda Arnauth.

Em 2004, além de se apresentar em cidades como Toronto, Paris, Santander, Sarajevo e Zagreb, edita o seu segundo álbum “Por Meu Cante”, com a colaboração dos músicos Paulo Parreira e Ricardo Cruz, onde recupera temas do Cancioneiro de Beja, fundindo-as com novas tendências do fado.

Em 2006, é galardoado com o Prémio Amália Rodrigues na categoria de "Melhor Intérprete Masculino de Fado" e é convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian para o Festival Atlantic Waves, em Londres. Em Setembro de 2007 edita o seu terceiro álbum “Outro Sentido”, com produção musical de Ricardo Cruz e a participação especial das Vozes Búlgaras Angelite. “Outro Sentido” é lançado em 2008 na Europa e nos Estados Unidos onde se apresenta regularmente, e nesse ano a revista Songlines considera-o “Top Of The World Album”. Ainda em 2008, o álbum é editado no Brasil pela MPB, numa edição que conta com participações de Roberta Sá e Trio Madeira Brasil, de Zé Renato e de Ivan Lins. É nesta altura que António Zambujo chega aos ouvidos de Caetano Veloso, que se rendeu à sua voz, escrevendo no seu blogue: «Quero ouvir mais, mais vezes, mais fundo (...) É de arrepiar e fazer chorar».

Em 2009, além de realizar diversos concertos em território nacional, faz uma extensa digressão pela Europa, passando por países como a Noruega, Suécia, Holanda, Áustria, Finlândia, França, e faz duas digressões no Brasil. Na última, integra a lista dos 10 Melhores Concertos Internacionais do Ano, seleccionada pela Secção de Cultura do Jornal O GLOBO, ao lado de músicos como Elton John, Burt Bacharah, Terence Blanchard, Kiss, Youssou N'Dour e Angelique Kidjo.

Em 2010, é editado o seu quarto disco “Guia” onde interpreta originais de compositores e letristas nacionais e brasileiros tais como Vinicius de Moraes, Márcio Faraco, Pierre Aderne, Rodrigo Maranhão, Ricardo Cruz, o próprio Zambujo, João Gil, João Monge, Aldina Duarte, José Agualusa, Maria do Rosário Pedreira, Pedro Luís entre outros. No ano de 2010, depois de Guia ser lançado e apresentado em França e no Brasil, é ainda selecionado para se apresentar na Womex2010, o maior encontro profissional de músicas do mundo e, pela segunda vez, é escolhido pela revista britânica Songlines como “Top of the World Album”, além de figurar nas mais importantes listas nacionais e internacionais dos melhores discos do ano.

Em 2011 volta a actuar em França, Espanha, Brasil e Azerbeijão e toca pela primeira vez em Israel, na Bulgária, na Suécia e na Alemanha. Inicia a sua primeira tourné nos EUA e no Canadá e apresenta-se também pela primeira vez em Macau. No Verão, passa pelos mais importantes festivais de World Music nacionais e internacionais, e é ainda convidado a apresentar-se na Festa do Fado, no Castelo de São Jorge, num concerto acompanhado pelo Lisboa Fado Ensemble.

Em Abril de 2012 é lançado o álbum “Quinto”, que entrou directamente para o 2º lugar do top nacional de vendas, depois de ter liderado o top iTunes.

Do Alentejo para o Mundo, a obra de António Zambujo é elogiada nos quatro cantos do globo, louvada, por exemplo, no Brasil (com apoiantes tão ilustres quanto Caetano Veloso ou Jô Soares) ou nos Estados Unidos (onde contou com rasgados aplausos do incontornável The New York Times).

Ok
Este site utiliza cookies para melhorar o desempenho e lhe oferecer uma melhor experiência de utilizador. Saber Mais