Nancy Vieira nasceu em África e está quase tudo dito; na sua forma de estar e de interpretar as coisas da vida, emerge um caudal de emoções que para além de uma tristeza ou nostalgia, reflecte também uma doce esperança de um mundo melhor.
Não há ódio nem raiva nem revolta na sua voz. Em vez disso há uma coerência absoluta e uma subtileza tão doce e tão superior que só um cabo-verdiano pode ter.
Nasce por casualidade na Guiné-Bissau em 1975. Aos 4 meses muda-se para a Cidade da Praia em Cabo-Verde, terra de seus pais, onde cresce e vive até aos 10 anos de idade, altura em que a família se muda para São Vicente. Desse tempo tem memórias de uma infância feliz: “À noite dispensávamos a televisão, juntávamo-nos na pracinha do liceu e brincávamos às escondidas”.
Liceu da Praia, Praia de Quebra Canela, São Francisco, Praia Baixo e Tarrafal, passeios de carro com os pais ocupam as suas recordações. Frequentou os Escuteiros, aulas de dança e nessa altura cantava, mas para se entreter: “Gostava de ir cantar com as minhas colegas à igreja protestante que ficava em frente à minha casa”. Confessa que não tinha nada a ver com a religiosidade, até porque é de formação católica; ia simplesmente pelo prazer de cantar.
Aos catorze anos vem para Portugal. Enquanto prossegue os estudos em Lisboa, continua a cantar entre amigos, à semelhança do que acontecia em Cabo Verde e, em 1995, apresenta-se pela primeira vez em público num concurso do qual foi vencedora e cujo prémio se concretizou na gravação do seu primeiro disco Nos Raça.
Este disco chamou de imediato a atenção do seu povo, na sua terra e na diáspora, e arranca definitivamente Nancy do anonimato. Começando a marcar pontos no panorama da música das suas raízes, ao lado de outros nomes sonantes como Cesária Évora, Titína, Bana, Tito Paris, Ildo Lobo, Boy Gê Mendes entre outros.
Participou em espectáculos tão importantes como “Women Of Cape-Verde” no Reino Unido (Tour 2003) ao lado de outras revelações de então como Maria Alice, Lura e Rita Lobo.
Este foi apenas mais um passo para o resto da sua carreira, com visibilidade e uma excelente crítica no The Independente parte para uma nova etapa e agora para um novo disco a cargo de Toy Vieira (Produção e Direcção Musical) e Djim Job (Arranjos e Orquestração). Parte definitivamente para o lugar onde a musica de Cabo-verde pertence: O Mundo Inteiro. Concerto inserido no 1º Festival Sky Fest (7 a 13 Abril no Casino Lisboa).
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