Grandes Concertos | Expensive Soul

10 Setembro 2015 M18

Quem diria que já passaram quatro anos desde que "O Amor É Mágico" explodiu na rádio. Quatro anos que abalaram o país, a Europa e o mundo, mas que não impediram os Expensive Soul de cantar bem alto que acreditar na utopia podia não ser um erro. Em 2010, os Expensive Soul estavam prontos "para o que desse e viesse". Era o 11º ano de uma carreira feita de crença e perseverança que incluíra o investimento próprio na gravação de estreia e a auto-edição, mas em compensação já deixara inscritos no cancioneiro moderno sucessos como "Eu Não Sei", "Brilho", "13 Mulheres" e outros. Partindo do "hip hop" e do "reggae", Demo e New Max tinham evoluído para uma linha cada vez mais próxima do "r’n’b", em 2 álbuns e centenas de concertos e actuações de norte a sul do país. Mas seis anos depois do 2º disco "Alma Cara", o duo de Leça da Palmeira voltara à estaca zero: sem editora e recorrendo aos seus próprios meios.

"Utopia" foi lançado em Maio de 2010 com o festivo 1º single "O Amor É Mágico" a crescer sustentadamente na rádio; foram seis meses de intenso trabalho de promoção na rádio, internet e estrada que transformaram o tema no maior sucesso do ano. Em Novembro, quando actuaram no "Concerto Mais Pequeno Do Mundo" da Rádio Comercial, "O Amor É Mágico" estava entre os 10 temas mais tocados na rádio há meses consecutivos e a televisão de prime-time em directo abre-se; a Gala de Natal da TVI, a Missão Sorriso, a final do Ídolos, os 75 Anos da Rádio Pública, a Operação Triunfo… os programas líderes de audiência da época natalícia colocam os Expensive Soul em máxima exposição até meados de Janeiro de 2011, aproveitando a autêntica festa de som e imagem que Demo, New Max e a Jaguar Band partilham com qualquer plateia.

Em Janeiro de 2011 o tema é o mais vendido na loja do iTune e as contas da Antena 3 dizem que foi a canção que mais tocaram no ano anterior. Os dados estavam lançados e 2011 prometia ser um ano ímpar na carreira do duo. Um segundo single – "Dou-te Nada" - ganha um belíssimo vídeo filmado em Barcelona e aumenta o "buzz" à volta do álbum "Utopia", que se passeia entre os 20 mais vendidos em Portugal. Os Expensive Soul palmilham o país em concertos e em Março têm os dois singles entre os 10 mais tocados na rádio portuguesa; estão afinal na etapa lógica do 3º álbum, como se a sua carreira não tivesse sido feita de riscos e sobressaltos, trabalho árduo e uma crença quase épica numa carreira em que poucos acreditaram.

A compensação chega sob a forma de prémios e convites enriquecedores: trabalham com GNR, Kika, Rui Veloso, Teratron, Zé Ricardo; escrevem e gravam o hino da recém-nascida SIC K; gravam a versão portuguesa do Rock In Rio, para onde são convidados pela 3ª vez; são nomeados para prémios como MTV, MySpace, Adidas Trends e vencem os Globos de Ouro da SIC; o ano fecha com uma soberba versão de "Abracadabra" de Paulo de Carvalho rendida ao vivo pelos Expensive Soul no programa da RTP1 "Juntos Pela Música", em que vários artistas veteranos e contemporâneos interagiram com o repertório de uns e outros.

2012 é o 2º ano do ciclo de vida de "Utopia", vivido novamente em rota ascendente. A agenda de concertos está cheia e por onde passa o grupo deixa um clima de festa e uma áurea de talento, bom gosto e profissionalismo. O convite para uma actuação especial no Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura prova a rota ascendente que o álbum ainda tem para percorrer; o projecto – A Symphonic Experience – reunirá em palco a Fundação Orquestra Estúdio dirigida pelo mastro Rui Massena, os Expensive Soul e um coro de 100 elementos recrutados por castings realizados em Guimarães. É a interacção plena entre músicos profissionais de linhas diferentes – soul, pop e clássica - e a população da cidade, em palco e na plateia, que se vive euforicamente na noite de 28 de Abril, uma noite única captada para a posteridade pelas câmaras da RTP e editado em DVD em Novembro.

Em Junho são 35.000 os que aplaudem o grupo na abertura do Palco Mundo do Rock In Rio Lisboa, pouco antes de a rádio pegar em mais um tema a que os Expensive Soul dão brilho: "Mr. Dow Jones" de Rui Veloso.

Está na altura de encerrar o ciclo "Utopia", há já quase três anos a servir de mote aos concertos dos Expensive Soul. Três anos em que novas canções foram nascendo e novas soluções encontradas. New Max está ansioso para as revelar mas os concertos continuam a ser pedidos de Norte a Sul do país, o que impossibilita trabalho profundo na primeira metade de 2013. Em Maio voltam a vencer os Globos de Ouro como "Melhor Grupo Nacional".

SONHADOR – O 4º ÁLBUM DOS EXPENSIVE SOUL
O duo de Leça da Palmeira lança em Junho de 2014 o seu 4º álbum de originais, contendo os dois sucessos mais recentes "Cupido" e "Que Saudade". O álbum foi gravado ao longo do último ano com mais de 20 músicos a participarem em simultâneo na maioria das canções. A produção é de New Max, que assina também todas as músicas e letras enquanto Demo escreve as magníficas rimas. Chega em Junho às lojas com um total de 11 canções. É "soul music" cantada em português, feita no norte de Portugal, oscilando entre os sensuais "midtempos" e os "grooves" mais dançáveis. Pelas letras é o trabalho mais interventivo dos Expensive Soul, que estão cada vez mais exímios na transmissão de ideias em ambiente de festa. O amor continua sempre presente mas aqui e ali há uma mensagem de inconformismo que vai passando, como em "Progresso", o tema que abre o disco.

Fazemos contas a mais/Ideais já não são ideais/Só tu podes emergir/Queremos todos ser sensuais/Pontuais às modas locais/Não, não tens que te cingir/Ser capaz de dizer que não/É andar na frente da revolução.

Toda a letra é uma constatação do estado actual das coisas, incentivando uma postura inconformista, mas simultaneamente encorajadora e até mesmo optimista. A toada activista sobressai aliás noutros temas como "Lição", "Agora É De Vez" e "Sonhador", uma das canções "escondidas" depois do alinhamento. Já "Cupido" é a canção de amor sem pretensões a mais, uma celebração rítmica de melodia fresca em que as cordas, metais e vozes se entrelaçam alegremente. "Reacender A Chama", em que a música tem a co-autoria do baixista Sérgio Marques, é uma pérola de boa disposição em que, mais uma vez, cordas, metais e vozes se entrelaçam em harmonia melódica e rítmica. E o "rap" de Demo a antecipar o clímax torna-a a canção romântica mais completa de sempre da "pop" lusa. "Abre-te Comigo" é a primeira balada do disco, com Max a abandonar momentaneamente o falsete e o Hammond a inundar o terreno com uma toada "vintage" relaxante. Segue-se o segundo single "Que Saudade", lançado em Março deste ano e em rota ascendente nas tabelas nacionais de "airplay". Mereceu uma autêntica obra de arte interactiva nas 3 versões do vídeo clip que podem ser vistas em simultâneo no site dos Expensive Soul. Atenção a "Electrificado", um puro "funk" que deveria ser obrigatório nas pistas de dança este Verão. O sax quente sola sobre os hammonds rebentando numa festa de metais inebriante com cheiro a "new wave" e Talking Heads. "Agora É De Vez" é um exercício de orquestração e arranjos, mais um capítulo deste verdadeiro manual de "soul" orgânico que é "Sonhador", uma colecção de 11 orelhudas canções que abrem um novo capítulo na história dos Expensive Soul.

Oito destas canções, somadas a mais oito escolhidas no vasto repertório de poderosas canções do duo, compõem o alinhamento do novo espectáculo que a banda se prepara para apresentar ao vivo.

Se, pela altura do 2º álbum, "Alma Cara", o radialista Álvaro Costa mencionava a "Soul City" e, com "Utopia", os Expensive Soul fizeram de Portugal a "Soul Nation", resta saber até onde este 4º disco, "Sonhador", levará o sonho.

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